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Parque Antenor Martins

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Criado em 1985, o Parque Antenor Martins, conhecido como “Parque do Lago”, foi projetado para ser construído na extremidade oeste da Avenida Marcelino Pires (Santos, 2016, p. 217) é um símbolo para os moradores de seu entorno e da cidade. De acordo com Santos,

[…] o Parque Antenor Martins tornou-se referência de recreação e lazer em Dourados, famílias e amigos passam a se encontrar para tomar tereré, passear com as crianças, andar de pedalinho, namorar, jogar bola, ou simplesmente para se sentar à sombra e descansar (2016, p. 366).

A criação do Parque Antenor Martins está vinculada a submissão do Projeto CURA ao Governo Federal, na década de 1970. Como pontuou Santos, “a mais significativa ação do projeto CURA para o planejamento urbano de Dourados foi a contratação, pelo Poder Público Municipal, do “Plano de Complementação Urbana” (Santos, 2016, p. 72). Esse plano foi elaborado pelo escritório do arquiteto e urbanista Jaime Lerner e, por isso, ficou conhecido como Projeto Lerner”[1].

Segundo Araújo,

em relação as áreas públicas, o Plano de Complementação Urbana previa “a implantação de dois parques, com o aproveitamento da topografia e a construção de lagos, possibilita suprir uma das grandes deficiências da cidade, que encontra lazer apenas em clubes, cujo acesso é restrito” (1978, p. 29). A proposta era instalar os parques em cada extremidade da Rua Santa Catarina [atualmente Onofre P. de Mattos] para criar um eixo de lazer o qual ofereceria atividades que favorecessem o convívio da população. O Plano de Complementação também previa os projetos do Parque I – Parque Esportivo e Recreativo Arnulpho Fioravante e Parque II – Parque Antenor Martins. Os parques urbanos possuíam dois objetivos principais: 1. Criar um local de lazer e recreação mais acessível à população, principalmente aquela mais carente, já que até a década anterior (1970) as praças e CEPERs se concentravam na porção norte, dificultando o acesso, tanto físico como simbólico, dos moradores de outras porções da cidade. Além disso, as outras formas de lazer e recreação presentes em Dourados eram áreas privadas como o Clube Indaiá, Clube Samambaia e o Clube Social. E, 2. Melhorar a qualidade de vida da população ao preservar o meio ambiente através da cobertura vegetal presente nos parques e a proteção das nascentes de rios, evitando a poluição dos mesmos. (Araújo, 2019, p.52).

O Parque Antenor Martins, foi implementado após três anos da implantação do Parque Arnulpho Fioravante, ocorrido em 1982. (Araújo, 2019, p. 53). Também em 1985,

[…] como forma de homenagem aos 50 anos da emancipação do município de Dourados, o poder municipal constrói a Praça do Cinquentenário. Esta tinha como proposta ser uma área pública voltada não apenas para o lazer, mas também para promoção de eventos culturais e artísticos, assim sua infraestrutura contava com uma concha acústica, a primeira da cidade. (Araújo, 2019, p. 53).

Como pontuou Araújo,

em seu projeto inicial o Parque Antenor Martins tinha como premissa o uso esportivo e recreativo, com uma estrutura composta por: […] O Parque II, localizado na extremidade oeste do eixo da Rua Marcelino Pires, terá uma área de 354.000 m² e abrigará: Lagos com áreas de 17.000 m² (lago superior) e 5.000 m² (lago inferior); Caminhos para pedestres: 3.200 m; Acessos para veículos: 1.800 m; Estacionamento para veículos: 125 lugares; Áreas cobertas para uso diversos: módulo 8x8m, totalizando 704 m²; Quiosques para churrasqueiras: módulo de 4×4 m, totalizando 18 unidades; 5 áreas para “playground”; Pista para “skate”; 3 campos de futebol de pelada; 5 canchas polivalentes; Ancoradouro; Estacionamento para bicicletas (3 áreas); Formação de cascata; Obras complementares: iluminação, paisagismo, instalação de bancos de jardim, lixeiras, etc. (DOURADOS, 1978, p. 31). Entretanto, algumas estruturas listadas no projeto inicial não foram construídas na época. Após alguns anos, em 2003 o parque passou por uma reforma, ganhando novas estruturas como o teatro de arena e uma pista para caminhada, além disso foi destinada uma área para preservação ambiental. A gama de equipamentos e seu fácil acesso faz do Parque Antenor Martins um dos parques urbanos mais utilizados pela população douradense. (2019, p. 92-93).

O Parque Antenor Martins foi revitalizado, durante a primeira gestão de José Laerte Cecílio Tetila, em 2002 (Santos, 2016, p. 365) e, em 2003, recebeu os bustos de Marçal de Souza e Dezidério Felipe de Oliveira.

Referências bibliográficas:

SILVA, Ênio Alencar da. “Problemática Ambiental” em Dourados/MS: Análise das Políticas Públicas nas Zonas de Interesse Ambiental. 2008. 73f. Monografia (Graduação em Geografia) UFGD, Dourados.

ARAUJO, Laura Gondim Nunes Martins de. A Distribuição espaço-temporal e avaliação qualitativa das praças e parques urbanos de Dourados-MS. 2019. 145fls. Dissertação (Mestrado em Geografia) Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados. Disponível em < https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/2555 >

SANTOS, Marina de Souza. Dourados: Planejamento, experiências e olhares sobre a cidade (1970-2003). 2016. 391f. Tese (Doutorado em História), UFGD, Dourados, 2016. Disponível em < https://www.ppghufgd.com/wp-content/uploads/2017/04/Tese-Marina-Definitiva.pdf >


[1] Segundo Santos “o Plano de Complementação Urbana, em sua introdução, destaca que “A montagem do Plano de Complementação Urbana (Projeto CURA/BNH) para a cidade de Dourados tem como objetivo básico viabilizar os investimentos essenciais que possibilitem a consolidação da sua estrutura de crescimento.” Assim, os Projetos CURA 1, 2, 3 e 4 foram submetidos ao Governo Federal prevendo obras de infraestrutura no Sistema Viário: drenagem de água pluvial, pavimentação, paisagismo, passeios e iluminação; prevendo água potável; de equipamento de recreação: desapropriação do terreno e a construção de Parque e Eixo de Lazer” (Santos, 2016, p. 72-73).